segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Gentileza

“Quando o Mozart pediu que escrevesse o artigo para o blog desta semana tentei sair fora, pensei em inventar uma desculpa, mas sinceramente, vi que não haveria como escapar. Com todo aquele modo cortês, ele convenceu-me com o argumento que eu era uma das últimas do grupo que ainda não havia participado...... Não tive como esquivar, mas já vou avisando: Nunca fui boa em redação.... Entendo-me melhor com os números! Respondi a ele que deixaria meu coração me guiar. Então vamos lá....

Quantas vezes cobramos atitudes dos outros que não praticamos?
Recentemente quando estava esperando um lanche em uma praça de alimentação, parei para observar o modo de agir das pessoas. É impressionante como algumas se julgam superiores. Fiquei assustada como estamos vivendo num mundo de soberba, hipocrisia, egoísmo e falta de ética. Os conceitos que meus pais me ensinaram foram bem diferentes. Convivemos com pessoas que não sabem o valor das palavras:
“Por favor”; “Com licença”; “Obrigado”; ”Desculpa”
Se na minha infância/juventude eu não cedesse o meu lugar para uma pessoa mais velha assentar, se não o tratasse por Sr ou Srª uma pessoa mais velha, se não me calasse quando minha mãe argumentava algo, se não me levantasse para a entrada de uma visita, se não pedisse benção aos meus avôs; tudo isso era considerado falta de educação e desrespeito. E se por acaso isso acontecesse, eu ia para o castigo. Não foi uma nem duas vezes que isso aconteceu..... e nem por isso morri ou fiquei revoltada. Alias agradeço-os por terem agido assim. Por terem ensinado a ter limite. Afinal os filhos são reflexos de seus pais. As “crianças são como um cd virgem.... vão gravar o que lhe é apresentado”.
Hoje não..... isso é comum!!!!
É tão comum vermos filhos “batendo boca” ou ainda agredindo pais e pais humilhando seus filhos publicamente.
Pessoas fingindo dormir para não ceder o assento no ônibus àquela senhora com uma sacola de compras.
Pessoas passando pela portaria de seus prédios, sem dizer bom dia/boa tarde/boa noite ao funcionário que ali está. “Por que é obrigação dele estar abrindo e fechando portas, afinal ele recebe para isso!!!”
Motoristas que, com sua pressa, não percebem que a faixa de pedestre é para travessia com segurança do pedestre, e simplesmente param sobre ela ou pior, a ignoram e que se dane a pessoa que ali está aguardando a vez para atravessar.
Motoqueiros fazendo suas pernas de pára-choques na eterna briga pelo tempo e espaço.
E os transeuntes no meio dos veículos..... quem será que vai vencer esta luta no eterno ringue de asfalto?
Jovens que humilham outros jovens... Por que se julgam superiores ao possuírem bens materiais a mais que outros.
Benção então!!!!!! Que isso??? Pra que isso???? Falar de Deus, religião, e Fé é careta!
Vivemos numa sociedade eclética, com personalidades diferenciadas, alguns pensam e age iguais a gente, mas também convivemos com pessoas sem limites, sem educação, sem valores.
É tão pequeno de caráter aquela pessoa que se prende aos valores das grifes e do consumismo.
Não foi isso que eu aprendi! Não são estes valores que dou aos meus filhos!
Tento passar para eles, que mesmo sendo criticados é necessário que segure a porta para o outro passar, que permita que alguém entre na sua frente num cruzamento, que fale baixo, que silencie o celular num restaurante, que não suje as ruas, que tenha respeito com os portadores de necessidades, que respeite nossos idosos, que agradeça a atendente da padaria e que seja humilde para pedir desculpas.
Não sei se meu coração conseguiu organizar minhas palavras ou se as palavras entenderam tudo o que meu coração quis dizer, mas resumindo: Precisamos urgentemente contagiar as pessoas com esse valor chamado Gentileza!

Ira Natacha

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Vamos a Missa?


Sou Católico por opção e convicção! Nasci em uma família Católica. Freqüentávamos a missa religiosamente (desculpem o trocadilho). Todos os domingos minha mãe já acordava atarantada porque tinha que arrumar os três filhos para ir a Igreja. A diferença de idade entre nós é de pouco mais de dois anos. Nós ainda crianças, sempre queixávamos por não querer trocar a televisão e as brincadeiras, pelo “monólogo” dominical.

As reclamações vinham acompanhadas de outros problemas. A paróquia ficava a dois quarteirões de nossa casa e como o número de filhos era impar, apenas um dos três seria o felizardo capaz de dar as mãos ao Papai e a Mamãe. Os outros dois ficavam inconsolados na ida e para piorar a situação, o que empacava mais ganhava a promessa de voltar na melhor posição, portanto alguém sempre sobrava.

Além disto, ficar uma hora sentado, sem falar e remexer, não era uma tarefa aprazível. No final da missa nós já estávamos indóceis e invariavelmente, com marcas de alguns beliscões.

Acho que por causa do exposto, as lembranças desta época são ralas.

Das poucas memórias que tenho, uma delas é ainda bastante palpável. Quando a missa terminava, meu pai sempre parava em frente do túmulo de Padre Eustáquio, coloca a mão sobre os olhos e ficava em silêncio, sem falar nada. Às vezes, ao descobrir o rosto, eu notava que os olhos estavam vermelhos e marejados. Um dia, eu curioso, perguntei o que ele ficava fazendo ali e ele me respondeu que estava rezando. Acho que perguntei se ele rezava o Pai Nosso, mas a resposta foi sobre pedir ao Padre Eustáquio que rogasse por nós, pela mamãe e pela nossa família.

Entendia que rezar era o mesmo que pedir e então fiquei imaginando duas coisas que eu gostaria que acontecesse comigo. A partir daquele momento quando meu pai parava naquele mausoléu, ao invés de ficar contando as flores ou relendo os dizeres na lápide, eu passei a pedir ao Beato que me deixasse viver pelo menos 200 anos e que me ajudasse a encontrar o amor da minha vida, para construir uma família como a do meu pai.

Bom, hoje eu tenho 42 anos de idade, uns 35/36 anos distante daquele garoto... Sou casado com uma mulher que amei desde a primeira vez que a vi e temos três filhos bem normais, mas ainda estou a uns 160 anos de receber a outra dádiva...

Não quero forçar a barra com o Padre Eustáquio, mas quero ter saúde para também educar os meus filhos dentro da religião.

Hoje sei o quanto foi importante na minha vida ter tido o exemplo espiritual de meus pais. A busca pelo equilíbrio é eterna, os apelos são muitos e por isso agradeço a “bússola” que eles me deram. Ela está sempre me mostrando onde fica o norte, mas a opção de me orientar é só minha. Confesso a vocês que muitas vezes tomei outras direções, pela razão que vocês consigam imaginar, mas o preço de não ser alienado é a responsabilidade de fazer o que é certo e assim, acabo sempre me norteando outra vez. Alguns chamam isto de valores!

Hoje estou no papel dos meus pais. Tento levar meus filhos a missa todos os domingos, mas não consigo fazê-lo com assiduidade. O trabalho me exige alguns finais de semana e em outros, tenho que conciliar com algumas atividades pagãs. Acho que eles são tão inquietos quanto eu era. Ajoelham quando estamos sentados, sentam quando estamos de pé e por aí vai. Descobriram que o genuflexório é mais macio para ajoelhar e ficam disputando entre eles quem chega lá primeiro...

Sem dúvida sou mais flexível do que meus pais foram comigo, apesar das ranhetagens genéticas; o suficiente para propor uma troca com o Padre Eustáquio. Não preciso viver os 200 anos que pedi, posso viver menos desde que seja o suficiente para formar meus filhos como bons Cristãos.

Paulo Tadeu

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Encontros Prodes 2010


Estou muito contente com a decisão da equipe de realizar encontros, com os internos da Fazenda Recanto de Caná. A primeira experiência teve resultados muito positivos, com a alegria e aprovação de todos os internos que participaram. Como na Fazenda há um revezamento contínuo de pessoal, sempre vamos ter gente nova precisando de uma parada e de um reabastecimento espiritual. Sempre desejei este tipo de encontros de fim de semana para o nosso pessoal. E espero muito do trabalho do Grupo.

Mas, falando sinceramente, o que mais me alegra é ver que esta equipe acordou, para um trabalho eficaz de pastoral na Igreja. Falamos tanto de ser apóstolo, de ser cristão atuante, de não esconder os talentos. Vocês tomaram uma atitude muito louvável e que me consola de tantas decepções que tenho tido.

Gostaria muito que procurassem estar sempre procurando crescer espiritualmente, sabendo que para dar temos que receber. Os encontros de aprofundamento que teremos neste ano, para o Grupo Prodes, têm como tema: "Ser Cristão para Ser Apóstolo". Poderíamos pensar em um encontro destes para o PRODES da sua geração. Fica aí a idéia. Da minha parte estou disposto.

Agradeço muito o seu trabalho e estarei com vocês no que precisarem. Um grande abraço para todos.

Pe. Osvaldo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Prodes em minha vida

A adolescência é uma fase complicada na vida de qualquer pessoa. É uma época onde tentamos romper com o mundo infantil, desafiar os conceitos e ensinamentos passados por nossos pais, descobrir e explorar as possibilidades do mundo e, principalmente, desafiar a tudo e todos.
Foi no final de minha adolescência que eu conheci o Recanto de Caná e o Prodes. Convidado a participar da Parada Prodes, aceitei com relutância, mais por curiosidade que por convicção. Durante aquele final de semana, vi pessoas que não conhecia defendendo os valores de uma vida bem vivida baseada nos ensinamentos de Cristo. A emoção e energia daquele final de semana foi simplesmente embriagante. Como a maioria dos encontristas, saí do Recanto de Caná extasiado!
Como disse, eu estava no final de minha adolescência e os ensinamentos que absorvi no Prodes me ajudaram a tentar me manter no caminho. Mas quando estava começando realmente a me engajar no trabalho do grupo, fui para Itabira fazer estágio de meu curso técnico. Com isso acabei me afastando do grupo, mas a semente estava plantada.
Nunca perdi totalmente o contato com o grupo, mas a distância parecia tão grande e parecia que tudo acontecera a tanto tempo. Carreguei a herança do Prodes em meu coração, mas guardei meus talentos.
Durante anos foquei a vida profissional, a vida econômica … e deixei de lado a vida Cristã.
Mas novamente recebi um chamado do Prodes, mais uma vez resolvi atendê-lo e mais uma vez recebi muito mais que ofereci.
Quando em 2008 começou a nascer a ideia do encontro da fazenda, eu fiquei pensando no trabalho que daria para organizar este encontro, o tempo que eu não tinha para me dedicar, tantas outras coisas que dificultavam a minha participação no encontro. Mas resolvi participar e foi uma das melhores escolhas que fiz na vida. Como aquele final de semana do início da década de noventa, quando participei da Parada Prodes, este encontro na fazenda reavivou uma chama que adormecia lá no fundo de minha alma. Só então percebi como aquela chama, aparentemente adormecida, esteve guiando meus passos ao longo de todos estes anos, concretizando valores nas tomadas de decisão, proporcionando alento nos momentos difíceis e aquecendo a alma nos momentos sombrios.
Somente após este encontro na fazenda foi que percebi o quanto o Prodes me ajudara em toda a minha vida, como ao longo dessa longa estrada ele esteve sinalizando os meus caminhos e mantendo latente a vontade de ser útil, ajudar o próximo e a mim mesmo.
Hoje tenho a certeza de que os ensinamentos e o amor que recebi através do grupo, não só influenciaram a minha vida até aqui de maneira determinante, mas como me acompanharão no resto de minha caminhada.
Mozart Lima