Conversamos sobre a Sabedoria há pouco tempo e agora iniciamos outra reflexão na mesma linha dos Dons do Espírito. Ressalto que a intenção aqui é fazer várias provocações para nossa reflexão da utilização desses dons em nosso cotidiano.
Como abordado no “Hálito de Deus”, à partir do “sopro de vida” todos somos dotados de dons, mas é preciso querê-los, desenvolvê-los e usá-los.
O Espírito nos inspira, mas só consegue agir se for por meio de nós, assim, um dos dons necessários para nossa ação efetiva é o Entendimento.
Para que possamos realizar nossa Obra é necessário que entendamos qual é “nossa obra”[1]. Uma coisa é sabermos, em linhas gerais, que somos seres destinados ao Amor; mas é preciso entender como o Amor deve ser usado.
Afinal, cada Ser tem suas possibilidades e limitações e se faz necessário combiná-las com o destino de Amar.
Portanto, é o dom do Entendimento que nos “abre” a mente para compreendermos o que é preciso que façamos, é através do dom do Entendimento que percebemos: Como, quando, onde e, principalmente, o que devemos fazer. Uma vez que o porquê é o fundamento de Amar, início do despertar para a verdadeira vida a partir do próprio Hálito de Deus.
Precisamos estar prontos e aptos para recebermos presentes, precisamos esvaziar as mãos para que elas estejam prontas para receberem e guardarem os presentes (dons) que nos são ofertados.
Esvaziar as mãos é um gesto simples... É deixar de “pegar” é desapegar, percebem?! O desapego é o caminho para estarmos sempre prontos para receber.
Engraçado pensar assim, né?! Mas, é a lógica Franciscana interpretada: É dando que se recebe! Só quem oferta o que tem (seus dons e presentes) está apto (e de mãos vazias) para receber mais.
É assim que funcionam os dons do Hálito de Deus. É assim que o Entendimento funciona. Entender pressupõe estar preparado. E o preparo exigido pelo Espírito são as mãos vazias e uma coração de solo fértil (parábola do Semeador. Mt 13).
Entender não é apenas escutar e compreender uma mensagem. Vai além. É assimilar, internalizar, “ruminar” a mensagem para que se possa colocar o Amor em ação.
Se entendermos o que se quer da gente, se entendemos o destino que devemos chegar; escolheremos os melhores caminhos para alcançarmos o Reino.
Elimar Melo
[1] Leiam “Qual é a sua obra” de Mário Sérgio Cortela
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